sábado, 9 de março de 2013

Bahia de todos os rocks


Salvador tem uma cultura rica: uma grande mistura que consolidou uma identidade própria, numa mistura de ritmos e batuques. Na Bahia originaram-se diversos estilos musicais: O axé music, que teve início na década de 80, o arrocha, e os baianos ainda adaptaram o gênero musical que é o pagode, advindo do Rio de Janeiro, ao próprio estilo baiano.  Tudo bem, os baianos são grandes consumidores dos estilos musicais que geraram. Mas e o circuito alternativo? Os grandes artistas do movimento Tropicália e da bossa nova eram baianos; E como termos reconhecimento sobre possuirmos um dos melhores cenários do rock nacional, sendo que seremos sempre lembrados como ‘’a terra do axé’’?  Isso se dá devido ao fato de que em todo Brasil foi muito mais valorizado a construção da MPB e aos artistas que passavam músicas de cunho crítico político e resistência à ditadura. E até mesmo por alguma parcela da população achar que o rock seria uma supervalorização do que vem do estrangeiro, da hegemonia americana.
O rock em Salvador surgiu em meados da década de 60, com Raul Seixas e sua primeira banda, Raulzito e seus Panteras. Raul Seixas veio a se tornar o principal ícone do rock nacional na década de 70. Camisa de Vênus com Marcelo Nova e a banda Via Sacra foram os principais representantes do rock soteropolitano na década de 80, afirmando que a Bahia tinha algo a mais para mostrar, não somente em Salvador, mas no país inteiro, que o underground baiano existia, e a cena rock se consolidava. Os valores mudaram na década seguinte, mostrando a revolta de uma geração criada durante a ditadura militar: bandas como Inkoma, Dr.Cascadura, The Dead Billies, Lisergia, Penélope,Stone Bull, Úteros em Fúria, entre outras, embalaram as noitadas do cenário rock na década de 90, marcando cenas locais, como o Calypso Rock Bar, considerado um dos últimos locais do underground baiano.
Na última década até os dias de hoje várias bandas de rock baianas demonstram um grande potencial de mercado no Brasil inteiro, se destacando dentro do estilo: Vivendo do Ócio ganhou grande popularidade no país, Pitty é uma das mais famosas no cenário, Cascadura continua na ativa após 20 anos de banda, Maglore, O Cículo, Canto dos Malditos na Terra do Nunca, Velotroz, entre muitas outras que continuam no underground.  Hoje, o rock baiano passa a ser encarado não como sinônimo de rebeldia, mas sim como uma forma de protesto, criando oportunidades promissoras de reconhecimento no Brasil.

Bárbara Simões

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