Leandro
Aragão
A família da
médica Nadine Arbex adora viajar, pelo menos uma vez por ano eles estão de
malas prontas e com passagens na mão. No retorno de todas as viagens a história
se repete. “Eu não consigo voltar de imediato para a academia. Geralmente eu
sempre volto depois do Carnaval ou do São João”, confessou a doutora.
“O grande vilão
das academias são as férias”, disse Vitor, administrador da Academia Hammer, na
Pituba. De acordo com ele, a queda no número de alunos matriculados se dá entre
os meses de dezembro e fevereiro e entre junho e julho. Isso acontece porque a
maior parte do público dessa academia é composta por adolescentes e idosos.
Durante as férias, eles viajam com suas famílias e só retomam suas rotinas,
incluindo as atividades físicas, nos meses de março, abril e agosto. “Nesses
meses a academia volta a sua média normal de matriculados, mas o crescimento é
baixo”, completou.
Este cenário é o
mesmo encontrado na Academia Complexo B Fitness Club, no bairro de Stella
Maris. Por também atender um público basicamente família, o número de
mensalidades pagas nos meses de dezembro e janeiro cai bastante. Porém, a
auxiliar administrativa Nathália Telmo conta que as férias de junho e julho não
interferem muito na receita da empresa. Já na academia Family, a maré baixa de
alunos é um pouco maior, já que o público é composto mais de jovens com idades
entre 25 e 30 anos. “O retorno dos alunos começa a se dar mais no mês de
abril”, disse o instrutor Sandro Andrade. Essa pequena seca de alunos volta a
acontecer nos meses de julho e agosto. E o fôlego só é recuperado a partir de
setembro, se mantendo em alta até o fim do carnaval. Porém além dos antigos, a
academia recebe uma boa quantidade de alunos novos.
Crédito: Divulgação / Academia Complexo B Fitness Club
Essa época de
baixa no número de alunos é facilmente contornada pelas grandes academias.
Porém, a situação fica bastante complicada entre as academias menores. A Foca’s
Academia, localizada no Rio Vermelho, sofre uma grande perda neste período das
férias, entre dezembro e fevereiro, e segundo o proprietário João Ladislau,
esse número chega a 40%. Outra grande diferença da Foca’s é que se trata de uma
academia aquática, oferecendo aulas de natação e hidroginástica para todas as
idades. “O custo de manutenção das piscinas é muito maior do que uma academia
normal. Todos os dias temos que botar cloro, gastamos muito também com o
aquecimento delas. Já as outras academias o custo é basicamente lubrificante e
cabo de aço”, explicou professor Ladislau, que dá aulas de hidroginástica na
academia. “Já temos 5 anos no mercado, mas sempre muito complicado manter o
balanço com essa queda no período de férias”, completou.
Saúde x Estética
Apesar de ter se
tornado mito de que o baiano não volta para a academia depois das grandes
festas sazonais como Carnaval e São João, Vitor diz que a quantidade de alunos
que freqüentam academia com foco na saúde ainda é de 50% em relação aos que
praticam atividade física com vista na estética. “Existem alunos que só
procuram a academia no mês de agosto pensando no verão”, disse.
Já Nathália vê a
ligação do soteropolitano com a atividade física com mais otimismo. “Pelo que
eu vejo no meu trabalho, o Salvador está criando a cultura da busca pela
qualidade de vida, pela saúde”, analisou.
A personal
trainer Carlla Sicupira, que treina estrelas da música baiana, como Claúdia
Leitte, Léo Santana e Tomate, explica que malhar somente para o verão não
adianta. “Ao contrário do que as pessoas pensam, no verão não é a hora de você
procurar um personal trainer. Você tem que procurar o personal antes, pra você
preparar o corpo. No verão você tem que estar pronto”.
Para quem busca
um corpo saudável e entrar em forma, Carlla dá umas dicas. “O segredo é, a
primeira coisa, tirar da cabeça esse imediatismo. O corpo é uma máquina que
trabalha num ritmo dele e certo. Não adianta a gente querer que ele faça uma
coisa, que não vai fazer. Primeiro ponto, determinação. É você saber realmente
o que você quer, o que você precisa. Alimentação é fundamental. E ter rotina.
Fazer disso um hábito na sua vida. Atividade física tem que ser igual a você ir
pra sua escola, ir pra sua faculdade, ir pro seu trabalho, tem que fazer parte
de sua vida, que aí ela vai se tornar prazerosa pra quem não gosta.”, disse a
professora de Cláudia Leitte. “Os resultados vem a longo prazo”, finalizou.
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